Apesar das autoridades nigerianas negarem que os cristãos sejam alvos de um genocídio no país, o recente assassinato do líder da Igreja Evangélica Winning All (ECWA), na região de Ekati, estado de Kwara, oeste da Nigéria, evidencia ainda mais a perseguição religiosa local.
O pastor James Audu Issa foi levado à força de sua residência, instalada dentro do complexo da igreja, por homens armados que exigiram o pagamento de 100 milhões de nairas (cerca de R$ 372.600) por sua liberação.
Após negociações com familiares e membros da comunidade, o valor foi reduzido para 5 milhões de nairas (cerca de R$ 18.640). No entanto, mesmo após o pagamento do resgate, os criminosos exigiram mais dinheiro e não aguardaram por um acordo adicional. O pastor foi encontrado morto no deserto, no dia 2 de outubro, mais de um mês que ele havia sido sequestrado.
“É uma crueldade sem limites… Ele era um homem pacífico, morto por causa da fé que professava”, relatou Peter Kolo, morador da região.
O porta-voz da denominação ECWA emitiu um breve comunicado lamentando a tragédia. “Este pastor inofensivo foi morto, como tantos outros, deixando para trás esposa, filhos, comunidade e igreja em profunda dor”, disse o reverendo Romanus Ebeneokodi.
Os crimes foram identificados pelos moradores como parte das milícias Fulani. O grupo étnico é formado em sua maioria por muçulmanos e atua, principalmente, em vilarejos cristãos na região do Cinturão Médio da Nigéria. De acordo com o Índice de Terrorismo Global de 2023, os extremistas entre os fulanis são o 4º grupo mais mortal do mundo.
Em 2020, o Parlamento Britânico (APPG) também já havia apontado em um relatório, sobre a intenção clara de que certos grupos Fulani se manifestaram em atacar cristãos e destruir símbolos da fé cristã.
De acordo com a Lista Mundial da Perseguição 2025 , da organização Portas Abertas, a Nigéria é o sétimo país onde os cristãos são mais perseguidos por causa da fé em Jesus. E onde, os cristãos, estão particularmente em risco devido aos ataques de extremistas islâmicos, como radicais entre o povo fulani, Boko Haram e ISWAP (Estado Islâmico da Província da África Ocidental).
A missão também destaca que a falha do governo nigeriano em proteger os cristãos e punir os agressores tem fortalecido a influência dos militantes na região.
Redação CPAD News/ Com informações Comunhão e Portas Abertas