Um novo consórcio de instituições de caridade de diferentes países com o objetivo de destacar violações específicas da liberdade religiosa, Voices 4 Justice, lançou uma campanha pedindo a libertação imediata de sete pastores que estão presos na Eritreia, há 21 anos.
A campanha foi oficializada na última sexta-feira (22), Dia Internacional da ONU em Memória das Vítimas de Atos de Violência Baseados em Religião ou Crença. Na véspera (21), organizações cristãs se reuniram, de forma pacífica, em frente à embaixada da Eritreia, em Londres (Inglaterra), para orar e entregar uma carta com o pedido ao embaixador local.
Também foi feita uma tentativa de entrega do pedido de libertação dos cristãos, na Embaixada da Eritreia em Washington (EUA), porém, as autoridades se recusaram a receber o documento.
De acordo com a Open Doors UK & Ireland, nenhum dos cristãos presos foi acusado ou levado a tribunal. “Eles não tiveram representação legal e suas famílias não foram autorizadas a visitá-los. Sua situação resume o sofrimento de milhares de prisioneiros de consciência atualmente detidos sem acusação ou julgamento” afirmou Tiffany Barrens, diretora global de Advocacia Internacional na instituição.
Conforme divulgado, os sete cristãos foram presos em batidas policiais matinais, em postos de controle da polícia ou recolhidos na rua. Eles estão sendo mantidos sem comunicação com os familiares, no Centro de Investigação Criminal Wengel Mermera, uma prisão de segurança máxima semelhante a uma masmorra na capital Asmara. Os líderes são:
– Rev. Million Gebreselassie, pastor e anestesista, preso em junho de 2004;
– Dr. Kuflu Gebremeskel, presidente da Aliança Evangélica Eritreia, detido em 2004, sofre de hipertensão e diabetes;
– Rev. Gebremedhin Gebregiorgis, padre ortodoxo, preso em novembro de 2004 por ensinar em língua local;
– Rev. Tekleab Menghisteab, padre ortodoxo, também preso em 2004, diagnosticado com hipertensão;
– Rev. Kidane Weldou, da Igreja do Evangelho Pleno, preso em 2005, apresenta danos oculares agravados pela prisão;
– Dr. Futsum Gebrenegus, padre ortodoxo, detido em 2004 por envolvimento em movimento de renovação da Igreja Ortodoxa; e
– Rev. Haile Naizge, ex-líder da Visão Mundial, preso em 2004 e afastado da família desde então.
Em um relatório da Open Doors (Portas Abertas), é previsto que mais de 120 cristãos tenham sido detidos sem nenhuma acusação entre janeiro e maio de 2024. Somente no dia 24 de abril de 2024, há o registro de mais de 35 cristãos presos em suas casas durante ataques noturnos coordenados, nas cidades de Agordat, Barentu e Teseney, no oeste e centro da Eritreia.
Para a organização que apoia cristãos em mais de 70 países, os motivos para as prisões dos outros pastores não são claros, e “qualquer coisa feita por qualquer igreja ou seus membros que seja vista como uma ameaça ao controle absoluto atualmente em vigor estará sujeita a punição”, afirma Barrens.
A Eritreia ocupa o sexto lugar na Lista Mundial de Perseguição 2025, divulgada pela Portas Abertas. Por décadas, o país só reconhecia três denominações cristãs: Católica, Ortodoxa e Luterana. O que não significa que estão livre de sofrer hostilidade. Porém, qualquer outro grupo religioso cristão, está mais suscetível ao risco de batidas policiais, multas e prisão em condições deploráveis. Diante da extrema perseguição, a Eritreia é frequentemente chamada de “Coreia do Norte da África”.
Redação CPAD News/ Com informações Open Doors UK & Ireland e Comunhão