Ser pai é uma das maiores bênçãos e dádivas da vida. Como toda bênção, ela traz consigo grandes responsabilidades, mas que, se cumpridas, resultam em grande alegria para quem exerce essa missão. “Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles!” (Salmos 127.3-5, NVI).
A presença paterna na família é diferente e complementar à presença materna. Ambas as presenças são importantíssimas no lar. A vida mostra isso. Estudos mostram isso. Em 2016, foi divulgada uma pesquisa elaborada pela Universidade de Oxford que indicava que filhos de pais que são confiantes e abraçam a paternidade são menos propensos a apresentar problemas de comportamento. A verdade é que a falta de qualquer uma dessas figuras – a materna ou a paterna – pode causar um desequilíbrio no desenvolvimento da criança. Os filhos procuram nos pais um modelo para se identificarem. Se o pai está ausente, outros modelos virão ocupar esse vazio, com grande probabilidade de não serem modelos exemplares.
A Bíblia dá várias recomendações aos pais para que exerçam bem a sua missão dada por Deus. Ela diz, por exemplo, que os pais devem estar presentes no dia-a-dia dos filhos e que essa presença deve ser marcada pelo ensino, o qual deve se dar por palavras e ações.
Provérbios 22.6 fala de os pais não simplesmente ensinarem o caminho, mas ensinarem “no caminho”, o que traz a ideia de ensinar não só por palavras, mas pelo exemplo. Ou seja, os pais devem não apenas ensinar o que é correto aos seus filhos, mas também serem referenciais para eles daquilo que lhes ensinam. E Deuteronômio 6.7 afirma que os pais devem ensinar a seus filhos a verdade quando estiverem sentados em casa (dentro do lar), andando pelo caminho (ou seja, em alguma atividade fora de casa) e ao deitar e levantar (no começo do dia e ao final do dia) – isto é, em todos os momentos da vida familiar.
Em Efésios 6.4, encontramos o apóstolo Paulo orientando os pais, em relação a seus filhos, dizendo: “…criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”. O termo grego traduzido por “criar” nessa passagem é ektrepho, que traz a ideia de nutrir, como acontece em Efésios 5.29, onde esse vocábulo também aparece. Ou seja, os pais devem nutrir os filhos não só fisicamente, mas também espiritualmente. Eles devem nutri-los diariamente “na doutrina e na admoestação do Senhor”. Isso quer dizer que a base e a fonte do ensino que os pais devem dar a seus filhos é a Palavra de Deus, que tem tudo o que precisamos “para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Timóteo 3.16,17).
Efésios 6.4 e Colossenses 3.21 declaram ainda que os pais não devem provocar a ira dos filhos, porque isso os leva ao desânimo. Provocar a ira dos filhos é fazer exigências sem sentido, preferir um filho ao outro, se exceder na hora de exercer a disciplina, ser insensível e violento com os filhos, não dar atenção aos filhos e às suas necessidades, ou ser hipócrita. Isso levará os filhos a se tornarem exasperados, ressentidos, frustrados, desanimados e agressivos. Esse é o típico comportamento de filhos inseguros e de péssimo ânimo. A boa criação, ao contrário, leva os filhos a se sentirem seguros e animados, e isso só é possível em um ambiente de verdadeiro amor, instrução e disciplina.
A Bíblia assevera que o pai que realmente ama o filho e lhe quer bem disciplina seu filho (Provérbios 3.12) – assim como Deus, que nos ama, faz o mesmo (Hebreus 12.5,6). Isso torna os nossos filhos sábios (Provérbios 29.15) e, consequentemente, faz com que não soframos com eles mais à frente (Provérbios 29.17) e que nos honrem a vida toda (Hebreus 12.9). Aliás, honrar pai e mãe é um mandamento divino com promessa (Efésios 6.2). Filhos que obedecem e honram seus pais são abençoados por Deus (Efésios 6.1-3).
A Bíblia afirma ainda que bons pais se tornam bons líderes (1 Timóteo 3.4,5; Tito 1.6). Como ressalta o teólogo norte-americano Davis Wetherell, “nossa cultura busca líderes com prestígio acadêmico, carreiras de sucesso e carismas atraentes, mas Paulo afirma que a igreja precisa de homens que amem seus filhos e sejam excelentes em criá-los no Senhor”.
Nosso maior exemplo de Pai é o próprio Deus. Jesus nos ensinou a orarmos a Deus chamando-O de nosso Pai (Mateus 6.9). A Palavra de Deus nos diz que nosso Abba (Gálatas 4.6) nos ama imensamente (1 João 3.1), perdoa as nossas transgressões quando sinceramente arrependidos (Salmos 103.12; Isaías 55.7), dá boas dádivas aos Seus filhos (Mateus 7.11; Tiago 1.17), cumpre as Suas promessas (Deuteronômio 7.9; Romanos 4.21), não se esquece de nós (Isaías 49.15); nos acompanha a vida toda, desde quando estávamos sendo formados no ventre de nossas mães, e o faz em todas as situações (Salmos 139.14-17); tem os melhores planos para a nossa vida (Jeremias 29.11) e é perfeito em executá-los (Jó 42.2; Salmos 57.2); e está cuidando de nós todo tempo, sempre (Salmos 23.6; 121.5-8; 139.8-10; Isaías 64.4). Que Pai maravilhoso!
Portanto, neste Dia dos Pais, desejamos a você, querido pai, que o Pai Celestial continue sendo o Guia de sua vida e que você possa cumprir bem sua missão dada por Ele, refletindo sobre a vida de seus filhos o amor dEle. Sim, não é fácil ser pai. Como todo mundo, às vezes você se sente o melhor pai que poderia existir e em outras oportunidades, você não tem a mínima ideia do que fazer. Mas, lembre-se: se Deus é o Senhor de sua vida, você terá sempre o Pai Celestial para o ajudar em todos os momentos e fases dessa sua enorme, nobre e maravilhosa missão. Deus abençoe você e sua família. Feliz Dia dos Pais!
Redação CPAD News