Na última sexta-feira (28), uma multidão com cerca de 200 muçulmanos invadiu um retiro de jovens cristãos realizado em uma residência na vila de Tangkil, na região de Sukabumi, Indonésia.
De acordo com testemunhas que estavam no local, o ataque ocorreu por volta das 13h30, após as orações muçulmanas. O grupo expulsou os participantes da reunião e destruiu parte do imóvel. Segundo os relatos, autoridades policiais e militares presenciaram a ação e não intervieram.
Nas redes sociais foram compartilhados vídeos que monstram manifestantes erguendo faixas e gritando palavras de ordem como “Destruam aquela casa”, além de homens escalando muros, removendo uma cruz de madeira, quebrando janela e destruindo objetos com cadeiras e ferramentas.
Os mulçumanos também danificaram o portão principal da residência onde ocorriam temporariamente as atividades cristãs e lançaram uma motocicleta no rio. As autoridades alegaram que a ação foi “espontânea” e que “a casa foi usada indevidamente para culto religioso” e “não se trata de uma igreja nem de um espaço oficialmente destinado ao culto”, disse Tri Romadhono, chefe da Agência de Unidade Nacional e Política da Regência de Sukabumi.
Um dos moradores justificou à imprensa local, que o ato “não é intolerância. Mas realizar cultos de forma secreta, com pessoas de fora e sem permissão, numa comunidade 100% muçulmana, é preocupante”, disse.
A alegação de ilegalidade é contestada por ativistas de direitos humanos, que ressalta que cultos realizados em residências não exigem autorização formal.
“É puro preconceito religioso. A Constituição permite cultos em casas, cafés e estabelecimentos comerciais, assim como as musholla [salas de oração islâmicas]”, afirmou Permadi Arya, conhecido defensor da liberdade religiosa no país.
De acordo com o Morning Star News, líderes comunitários emitiram uma nota oficial confirmando que um acordo foi firmado entre as partes. A igreja optou por não abrir ação judicial contra os responsáveis e os mulçumanos envolvidos se responsabilizaram em arcar com os prejuízos.
O chefe da vila, Ijang Sehabudin, informou ainda que foi solicitado “que o imóvel seja utilizado exclusivamente como residência, não para cultos”, diz o comunicado.
Redação CPAD News/ Com informações Comunhão e Morning Star News