Na última década, dezenas de milhares de cristãos nigerianos foram mortos e muitos outros precisaram se deslocar de suas comunidades. Devido a ascensão de grupos extremistas islâmicos como o Boko Haram, Estado Islâmico no nordeste da Nigéria e o aumento de ataques realizados por milícias Fulani radicalizadas contra comunidades predominantemente cristãs, nos estados do Cinturão do Meio, o cenário segue piorando e já resultou na morte de mais de 7 mil cristãos, só nos primeiros sete meses de 2025.
Um relatório da Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety), liderada pelo criminologista e pesquisador cristão Emeka Umeagbalasi, afirmou que no período de 1º de janeiro a 10 de agosto, “nada menos que 7.800 outros foram violentamente capturados e sequestrados por serem cristãos”, afirma a organização.
A pesquisa teve como base, reportagens confiáveis da mídia local e estrangeira, relatos governamentais, relatórios de grupos internacionais de direitos humanos e relatos de testemunhas oculares para compilar dados estatísticos.
“Estima-se também que 35 cristãos tenham sido sequestrados diariamente e cerca de dois outros por hora, nos últimos 220 dias ou sete meses e dez dias de 2025”, destaca o relatório.
A Intersociety monitora a violência contra cristãos e a intolerância religiosa na Nigéria desde 2010, porém estima que “185.009 nigerianos indefesos” foram mortos desde 2009, incluindo 125.009 cristãos e 60.000 muçulmanos liberais. De acordo com a estimativa do grupo, 19.100 igrejas foram destruídas durante esse período, mais de 1.100 comunidades cristãs foram “saqueadas” e 600 clérigos cristãos foram sequestrados, incluindo 250 padres católicos e 350 pastores.
Apesar dos ataques serem apontados como padrão de perseguição religiosa e genocídio, o governo nigeriano nega a acusação e diz que a violência “não é inerentemente religiosa e emana de conflitos entre fazendeiros e pastores que duram décadas”, relata o The Christian Post.
Para Umeagbalasi, a culpa da violência ter chegado a essa proporção é do governo nigeriano, que não prendeu os autores de muitos desses massacres. O pesquisador afirmou ainda, ao The Christian Post, que o governo teria prendido as vítimas das milícias Fulani que tentaram se defender, em vez de prender membros do grupo radical.
A Nigéria ocupa o sétimo lugar no atual ranking dos 50 países onde cristãos são mais perseguidos por causa da fé em Jesus. Segundo os dados da Lista Mundial da Perseguição 2025, publicada pela Missão Portas Abertas, 3.100 cristãos foram mortos e 2.830 sequestrados, considerando o período entre outubro de 2023 e setembro de 2024. Além de, cerca de 1.000 casos de agressão sexual e cerca de 10.000 casos de abuso físico e mental.
Redação CPAD News/ Com informações The Christian Post