Na última semana, o pastor Luis Guillermo Borjas e sua esposa, Roxana Rojas, da Assembleias de Deus em Cuba, foram detidos em uma audiência no tribunal militar quando defendia o filho deles, Kevin Laureido Rojas. O casal foi acusado de desrespeito às autoridades após expressar sua fé no tribunal.
O fato aconteceu em Nueva Gerona, na Isla de la Juventud, onde a família reside. De acordo com a organização Christian Solidarity Worldwide (CSW), que apoia cristãos perseguidos, o casal foi condenado a oito anos de prisão. O julgamento está previsto para o dia 9 de junho.
Segundo a organização, o filho do casal, Kevin, foi levado à força para cumprir o serviço militar, uma exigência para os rapazes aos 18 anos, mesmo tendo apresentado uma dispensa médica. O jovem tem problemas psiquiátricos. No quartel, Kevin fugiu e os pais foram convocados a prestar depoimento no tribunal.
Durante a defesa, o pastor e a esposa apresentaram os documentos comprovando o diagnóstico do filho, o que atesta ele não ser hábil para servir como militar. Mas o promotor acusou de os atestados serem provas falsas. Em meio a acusação, o pastor Borjas declarou que os oficiais seriam responsabilizados “perante a justiça de Deus”. Neste momento, o promotor ordenou a prisão do casal, alegando que não era permitido fazer referência a Deus diante um tribunal militar.
O pastor Borjas foi encaminhado para uma delegacia local e a esposa dele, Roxana, precisou ser hospitalizada, após sofrer um problema cardíaco e desmaiar. Durante a internação, ela conta que foi abordada por um homem, que se identificou falsamente como enfermeiro.
A organização CSW se pronunciou, pedindo a liberação imediata do pastor Borjas, classificando como uma prisão injusta. “A CSW pede às autoridades cubanas que retirem imediatamente as acusações criminais contra os pastores Luis Guillermo Borjas e Roxana Rojas e libertem o pastor Borjas da detenção”, afirmou a diretora de advocacia da CSW, Anna Lee Stangl.
E continou: “É inaceitável que uma simples referência às suas crenças religiosas em resposta ao tratamento injusto dos militares para com a sua família seja criminalizada, e ainda mais inconcebível que o governo pretenda uma pena de prisão de oito anos”.
Anna Lee ainda apelou à comunidade internacional para que pressione o governo cubano a garantir os direitos à liberdade de expressão e à liberdade de religião que são atacados no país.
Em Cuba, a liberdade religiosa é regulamentada de forma estrita. As instituições religiosas precisam estar oficialmente registradas para atuarem. A igreja que os pastores são membros é reconhecida legalmente no país. Atualmente, o país ocupa a 26ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.
Redação CPAD News / Com informações do Guiame