Nesta quarta-feira (24), a Polícia Civil do RJ o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram a Operação Blasfêmia, para combater um esquema de estelionato religioso com atuação em todo o Brasil.
A equipe de investigação apontou Luiz Henrique dos Santos Ferreira, que se apresenta como pastor Henrique Santini ou profeta Santini, como chefe do grupo. Os criminosos cobravam até R$ 1.500 por “promessas de cura” e “milagres”, e chegaram a movimentar cerca de R$ 3 milhões em dois anos.
O “pastor” e outras 22 pessoas se tornaram rés pelos crimes de estelionato, charlatanismo, curandeirismo, associação criminosa, falsa identidade, crime contra a economia popular, corrupção de menores e lavagem de dinheiro. As penas podem chegar a 29 anos de prisão.
Santini publicava vídeos de mensagens religiosas em suas redes sociais, que possui 9 milhões de seguidores, induzido fiés a fazerem pagamentos.
“Você vai fazer um sacrifício no altar de R$ 24, representando as 24 horas que vou ficar no Monte. Você vai me pedir a chave PIX, esse dinheiro será para a gasolina do Monte, para eu conseguir estar lá”, diz o acusado em um dos vídeos.
“Essa organização criminosa em nada tem a ver com um culto religioso. A intenção era arrecadar dinheiro e enganar os fiéis”, afirmou o delegado Luiz Henrique Marques, da 76ª DP (Centro de Niterói).
Autoridades informaram ao G1, que uma das seguidoras de Santini fez mais de 80 doações após receber a promessa de ter seu pai curado de um câncer.
“Foi prometida a ela a cura do câncer, e ela fez diversos pagamentos, alegando que estava recebendo a bênção do religioso”, afirmou o delegado Marques.
De acordo com a investigação, foram identificadas vítimas que, mesmo na pobreza, prometiam doações ao “profeta”.
Durante a operação realizada nesta quarta (24), as autoridades cumpriram três mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Santini.
Ele foi localizado em sua casa, em um condomínio de luxo na Barra Olímpica, na Zona Sudoeste do Rio, onde foi apreendido R$ 32 mil em espécie, moedas estrangeiras em dólar e euro, sete celulares, cartões de bancos em nome de outras pessoas, um simulacro de pistola e o passaporte de Santini.
A Justiça também determinou que o “profeta” faça uso de tornozeleira eletrônica e bloqueou contas bancárias e bens.
Redação CPAD News/ Com informações G1