Pelo menos oito pessoas ficaram feridas durante um ataque das Forças de Defesa de Israel (IDF) à Igreja da Sagrada Família, única paróquia católica da Faixa de Gaza, nesta quinta-feira (17). O padre argentino Gabriel Romanelli, interlocutor frequente do saudoso papa Francisco, está entre as vítimas.
De acordo com fontes ligadas ao Patriarcado Latino de Jerusalém, duas mulheres que, inicialmente, haviam sido dadas como mortas, foram internadas em estado grave. O padre Romanelli teve um leve ferimento na perna. Ainda segundo fontes do Patriarcado de Jerusalém, Israel teria se justificado afirmando que tratou-se de um “erro de disparo”. O papa Leão XIV ainda não se pronunciou sobre a ofensiva.
Ao longo dos últimos 21 meses, a igreja se tornou abrigo para refugiados e também hospeda crianças portadoras de deficiência. Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro de 2023, a comunidade cristã na região caiu pela metade, hoje somando apenas cerca de 500 pessoas.
“As Forças de Defesa de Israel estão examinando este incidente, cujas circunstâncias ainda não são claras, e os resultados da investigação serão publicados de forma transparente”, afirmou o ministério israelense em um comunicado . “Israel nunca ataca igrejas ou locais religiosos e lamenta qualquer dano causado a um local religioso ou a civis não envolvidos”, acrescentou. As Forças de Defesa de Israel disseram ainda que “fazem todos os esforços possíveis para mitigar os danos a civis e estruturas civis, incluindo locais religiosos, e lamentam qualquer dano causado a eles”.
Na quarta-feira (16), outro incidente deixou pelo menos 20 palestinos mortos durante uma confusão em um centro de distribuição de ajuda humanitária no sul da Faixa de Gaza. A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), responsável pela administração do local, anunciou que 19 pessoas foram pisoteadas e uma esfaqueada.
A confusão teria começado após as IDF usarem gás lacrimogêneo e spray de pimenta para conter a multidão. Como os alimentos estão escassos na região por conta da guerra, muitos palestinos chegam famintos ao local em busca de ajuda.
O porta-voz da GHF, Chapin Fay, relatou que foram disparados tiros para dispersar a multidão quando um voluntário viu uma criança em perigo de ser esmagada. O uso do spray ocorreu no momento em que os militares identificaram pessoas armadas em meio à multidão.
Redação: CPAD News / Com informações: The Christian Post, SBT News e Terra