Sara, de origem muçulmana, cresceu em uma vizinhança de maioria cristã no Iraque. Aos 15 anos, ela tentou ir à igreja com uma amiga pela primeira vez, mas foi impedida pelo porteiro. Como não estava acostumada a ouvir não como resposta, perguntou à amiga como se tornar cristã. Apesar de não ter interesse real em se converter.

Alguns dias depois, ela começou a ler uma Bíblia dada pela amiga e começou a buscar respostas para os seus questionamentos. O pai da jovem disse a ela que a Bíblia era um livro fabricado e pediu que ela deixasse de ler a Literatura Cristã. Então ela comparou o Alcorão com a Bíblia e ficou “surpresa e horrorizada”. Pensou que o Deus da Bíblia não poderia ser real, “porque era pacífico e amoroso e no Alcorão era totalmente diferente”, relatou.

Em 2013, ao entrar na faculdade, ela visitou muitas igrejas históricas que a rejeitaram e lhe deram a mesma resposta, que ela já havia ouvido de vizinhos cristãos: “Não existe a possibilidade de um muçulmano se tornar cristão”, disseram. Felizmente, a jovem não desistiu.

“Eu pensei que nunca seria aceita. Um dia, encontrei no Facebook um homem que nasceu muçulmano, mas se tornou cristão. Ele postava sobre isso em suas redes sociais. Eu passei a segui-lo e assistir seus vídeos”, conta. Mas as mensagens eram críticas e agressivas, sem nenhuma compaixão aos muçulmanos e sua necessidade de um salvador.

Influenciada, Sara julgava os membros de sua família, chegando a atacá-los verbalmente. A resposta da família veio por meio de insultos verbais. O pai de Sara tirou o celular dela e a trancou no quarto, onde ela ficou, por dez dias, sem nada para comer.

Quando o pai finalmente abriu a porta, a situação de Sara era ainda pior. “Ele me disse: ‘Prepare-se, amanhã você se casará. Eu não criei você direito, talvez seu marido o faça.” E novamente trancou a porta.

“Na manhã seguinte, alguém veio como uma luz, segurou minha mão e me levou para fora do quarto fechado. Senti como se estivesse em transe, como um sonho. Ele me colocou em um carro e acordei em um quarto de hotel em uma cidade no Norte do Iraque, a horas de distância de onde eu morava. Fiquei realmente assustada quando descobri onde estava. Achei que estivesse sonhando, mas um funcionário do hotel veio me dar comida”, disse.

Depois de um tempo, um oficial a levou para uma sala onde disse: “Geralmente, uma garota foge de casa por medo do pai ou por um homem. Qual sua história?”. “Sim, eu fugi com alguém”, disse ao oficial. “Quem é ele e por que não está aqui?”, perguntou. Ela tomou coragem e disse: “Ele está aqui comigo. Está sempre comigo”. “Quem é ele?”, ele perguntou. “Deus”, respondeu.

O oficial relatou que precisava confirmar a história com o pai dela. Sara ficou com medo de encará-lo, mas, ao mesmo tempo, se sentiu corajosa e mais forte do que nunca. Dois dias depois, o pai de Sarah chegou ao local. “Quem a tirou do quarto e a trouxe até aqui? A câmera de casa e do posto de controle foram interrompidas apenas no horário em que você saiu!”, ele questionou.

Sara perguntou: “Quem tem a chave do meu quarto? Quem está com meu celular? Mesmo se pudesse fazer alguma coisa com a câmera de casa, como mexeria na câmera do posto de controle? Tudo aconteceu porque você desafiou a Deus. Você disse: ‘Deixe o seu Deus tirar você daqui’. E foi o que ele fez”, finalizou deixando o pai confuso sem saber o que responder.

 

Com informações: Portas Abertas (17.04.24)

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