Em 2013, Fadi Zara vivenciou pela primeira vez um ataque do grupo islâmico Boko Haram em Camarões. Segundo a cristã, muitas pessoas foram mortas e igrejas foram queimadas. Ela fugiu para outra vila, mas novamente foi vítima do grupo — não apenas uma vez, mas quatro vezes.

No total, Fadi vivenciou cinco ataques do Boko Haram e fugiu quatro vezes para vilas diferentes. A cristã passou alguns anos em uma das vilas, mas sua vida foi como a de outros milhares que tentam sobreviver na região da fronteira. Durante o dia, trabalhava dentro e ao redor de casa e nas plantações. Mas, antes do pôr do sol, subia as montanhas próximas para passar a noite por medo de ataques. Após mais um ataque, Fadi e a família juntaram os poucos pertences e fugiram novamente, desta vez para a cidade de Koza.

Além das fugas, a violência do grupo deixou outra cicatriz no coração de Fadi: a irmã mais nova foi sequestrada em 2015. “O nome dela é Vusa e tinha apenas 14 anos quando foi sequestrada. Ela foi para uma plantação com os amigos, mas não voltou com eles. Alguns dizem que ela foi morta, outros dizem que eles não matariam uma jovem como ela, apenas a casariam. Minha mãe ficou muito inquieta ao deixarmos a vila. Ela testemunhou muitos vizinhos serem mortos e, então, sequestram minha irmã. Ao ouvir a notícia, ela não conseguiu lidar com isso. Depois de duas semanas, ela morreu”, relatou.

 

Com informações: Portas Abertas (09.05.22)

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