Desde a queda da União Soviética, em 1991, Cuba enfrenta uma grande crise na economia, que resulta em escassez extrema e inflação crescente. Nos últimos anos, a situação tem se agravado e a população sofre com a falta de alimentos, medicamentos, suprimentos básicos, combustíveis e frequentes cortes de energia.
De acordo com dados do Observatório Cubano de Direitos Humanos, sete em cada dez cubanos já deixaram de fazer refeições por falta de dinheiro ou comida.
Apesar de parte da população ser responsável pela produção agrícola, eles não tem liberdade sobre a comercialização. “Ao contrário de outros países, aqui em Cuba você não pode vender o que produz em sua fazenda. Tudo deve ser vendido ao governo a preços que não cobrem nem os custos de produção, e é o governo que distribui ou vende os produtos. Se isso não mudar, nada vai melhorar”, afirma o pastor e comerciante cubano, Miguel*.
O trabalho da igreja local, que não se limita à propagação da Palavra de Jesus, mas também é utilizado como um meio de fornecer apoio e sustento aos necessitados, também está sendo afetado, diante do atual cenário do país.
“As restrições impedem que os pastores participem de congressos internacionais em que costumavam arrecadar fundos para ajudar cubanos vulneráveis. O governo teme que pastores os ‘difamem’ ou colaborem com organizações estrangeiras para derrubar o regime”, explica pastor Miguel.
Os líderes religiosos em Cuba são pressionados e submetidos a intensa vigilância. No entanto, as comunidades cristãs continuam se unindo para ajudar umas às outras.
Um parceiro local da Portas Abertas compartilhou que a missão distribuiu alimentos a cerca de 500 famílias, desde 2021. Além de apoiar a criação de, ao menos sete projetos de geração de renda, como o cultivo de cacau e venda de porcos, iniciados por igrejas para auxiliar suas comunidades.
“Embora o número de beneficiários seja pequeno comparado ao total de cristãos afetados no país, representa um progresso”, diz Josué Váldez*.
Cuba ocupa a 26ª posição no ranking dos 50 países onde os cristãos são mais perseguidos e também é o país latino-americano com maior posição na lista divulgada pela Portas Abertas.
- Os nomes citados na matéria foram alterados por medidas de segurança.
Redação CPAD News/ Com informações Portas Abertas