Uma série de ataques do grupo extremista al-Shebab foi registrada pela Human Rights Watch nas vilas de Mumu, Chibau, Ntotwe e Magaia, em Moçambique, entre janeiro e maio de 2025. Segundo a organização, ao menos cento e vinte crianças foram sequestradas pela facção. Até o momento, apenas seis delas foram libertadas. As que seguem em poder do grupo provavelmente estão sendo usadas em trabalhos involuntários, além de serem vítimas de casamentos forçados.
O al-Shabab ou ISIS-M, é ligado ao Estado Islâmico e é uma organização diferente daquela presente na Somália com o mesmo nome. Yonas Dembele*, um analista da World Watch Research, disse, que quando esses radicais atacam as comunidades, eles priorizam os mais vulneráveis, como crianças e cristãos. “O sequestro de crianças é um crime de guerra e cria um trauma devastador para toda a comunidade”, completou.
Desde 2017, Moçambique registrou mais de seis mil pessoas mortas. Em abril de 2025, um ataque na reserva ambiental de Niassa deslocou cerca de duas mil pessoas. Dez trabalhadores desse parque foram mortos. A região agora está sob controle militar, o que destruiu a economia local.
Reféns soltos são vistos como não confiáveis. As pessoas têm medo de que eles sejam alvos de futuros ataques. Meninas também são vistas como indignas de casamento.
Segundo a Portas Abertas, o país é o 37º na Lista Mundial da Perseguição 2025.
*Nome alterado por segurança
Redação CPAD News / Com informações: Portas Abertas