No último dia 3 de setembro, o pastor Nikolay Romanyuk foi condenado pelo Tribunal da Cidade de Balashikha a cumprir quatro anos de prisão em um campo de trabalhos forçados, por se posicionar contra a guerra. O líder também está proibido de administrar sites por três anos, após sua libertação.
Durante a pregação em um culto na Igreja Pentecostal da Santíssima Trindade, na Rússia, Romanyuk criticou a invasão na Ucrânia e afirmou “não é nossa guerra”. A programação estava sendo transmitida ao vivo na internet, e na ocasião, em setembro de 2022, ele falou ao público:
“Estava escrito em nossa doutrina que somos pacifistas e não podemos participar disso. É nosso direito professá-lo com base na Sagrada Escritura. Não abençoamos aqueles que vão lá [para a guerra]. [Aqueles] que são levados à força, não os abençoamos, mas oramos para que sejam resgatados de lá. Existem diferentes maneiras legais de fazer isso”.
Em seu discurso final do julgamento, no dia 2 de setembro deste ano, o pastor de 63 anos se recusou a se declarar culpado, e argumentou nunca ter pedido “qualquer interferência ou interrupção no trabalho dos escritórios de alistamento e que, nos três anos desde que ministrou o sermão, ninguém de sua igreja evitou o serviço militar ou obstruiu as operações do exército”, relatou ao Guiame.
O argumento foi endossado no tribunal por testemunhas que estavam presentes no culto. Entre eles, um tenente-coronel do exército e um funcionário do Ministério de Situações de Emergência, que confirmaram nunca terem ouvido do pastor que eles deveriam deixar o serviço militar.
Com a condenação, Romanyuk se tornou a primeira pessoa a responder penalmente por “apelos públicos para implementar atividades dirigidas contra a segurança da Federação Russa, ou para obstruir o exercício por órgãos governamentais e seus funcionários de seus poderes para garantir a segurança da Federação Russa”.
O pastor já está em cumprimento da pena no centro de detenção preventiva em Noginsk, onde já havia passado mais de dez meses desde sua prisão em outubro de 2024.
“A pena de prisão de Romanyuk é injustificadamente cruel e injusta”, afirmou o advogado Anatoly Pchelintsev, que representou uma testemunha de defesa no caso.
Redação CPAD News/ Com informações Guiame, Evangelical Focus e Forum 18