O pastor e missionário em Macau, na China, Olinto Furtado de Oliveira, é fundador e presidente da Academia de Liderança Evergreen e pastor-presidente da Internation Christian Assembly (ICA) em Macau. Juntamente com a esposa dele, Dalzilea, ministram na Ásia há mais de quarenta anos. O casal tem dois filhos adultos e três netos.
Natural do Rio de Janeiro, ele é ministro ligado à Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB). Ao longo dos anos, ele recebeu reconhecimento de Honra ao Mérito outorgado pelas instituições: Congresso Ibero-Americano de Missões (COMIBAM) em Bogotá, Colômbia, em agosto de 2017, e uma distinção honrosa pelos anos de serviço missionário conferida pelo Congresso Brasileiro de Missões (CBM), em São Paulo, em outubro de 2008.
Paralelo ao ministério transcultural que desenvolve na cidade de Macau, o pastor Olinto tem ministrado em diversos países pelo mundo, atuando como professor visitante em seminários na Ásia, Brasil e EUA.
“Este é o povo que você precisa alcançar.”
Em 1982, o senhor, juntamente com a esposa Dalziléa de Oliveira, saiu do Brasil para realizar missões na China. Como surgiu esse chamado? E por que a China?
Minha esposa e eu somos nascidos, criados e casados na cidade de São Gonçalo – RJ (AD Mutuá). Eu tive meu primeiro contato com missões entre os 7 e 8 anos de idade, quando em um Culto de Oração e Estudo Bíblico, fui impactado pelo testemunho de um missionário brasileiro que trabalhava entre os índios da Amazônia.
A minha esposa também não foi diferente porque teve o seu chamado quando ainda era criança. A confirmação do chamado específico para trabalhar entre os chineses veio bem mais tarde, quando já estávamos casados e cursando o seminário. O interesse pelo povo chinês cresceu aos poucos até o dia em que, numa experiência muito pessoal, percebi a voz do Espírito Santo me dizendo: “Este é o povo que você precisa alcançar.” Compartilhei a minha experiência com a minha esposa. Oramos sobre o assunto e decidimos aceitar o desafio de Deus para as nossas vidas.
É correta a informação de que a igreja chinesa vem crescendo bastante nos últimos anos?
Sim, é verdade! O Evangelho de Jesus Cristo tem crescido bastante entre os chineses.
Como os chineses reagem à divulgação do Evangelho?
Cada caso deve ser visto de forma única, mas, em geral, eles acham que se trata de uma religião ocidental. Coisa de estrangeiro que nada tem a ver com as crenças chinesas.
“Apenas uma pequena parcela da população fala português.”
O senhor vive em Macau, uma região autônoma na costa sul da China de língua portuguesa. Além desse diferencial, o senhor poderia compartilhar outras coisas que contribuíram para a adaptação do senhor e de sua família em um país com uma cultura tão diferente?
A língua oficial da Região Administrativa Especial de Macau é o dialeto chinês cantonês e o português europeu. Mas apenas uma pequena parcela da população fala português.
O missionário vai para uma terra distante porque o amor de Deus o leva a fazer isso. O nosso caso não foi diferente. Isso faz toda a diferença quando se enfrentam os obstáculos naturais ao aprender uma nova cultura. Para nós, alguns pratos da culinária local, a língua chinesa e a adaptação a novos costumes foram desafios que tivemos que enfrentar.
No ano em que completa 85 anos, a Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) lançou a Campanha de Venda sob o tema: “Semeia a Palavra”, com base no Livro de Marcos 4.14; esse deve ser o principal objetivo do cristão. Quais conselhos o senhor daria àqueles que têm o chamado missionário “ardendo” em seu coração?
Me permita deixar QUATRO sugestões aos nossos leitores: Todo o cristão comprometido com o Evangelho já tem um chamado (Mateus 28:19-20). No entanto, se o leitor crer que tem um ‘chamado específico’ para o ministério missionário:
1º – Procure ORAR sobre o assunto para entender melhor a vontade de Deus (O Espírito Santo vai encaminhá-lo na direção certa);
2º – Procure se INFORMAR através de material informativo o que as igrejas e instituições estão fazendo na área de missões que o leitor gostaria de atuar;
3º – Procure TRABALHAR primeiro onde você congrega. Este é o seu primeiro campo missionário. As dificuldades ali serão mínimas em comparação às que o leitor enfrentará no campo missionário.
4º – Quando tiver certeza de seus planos, COMPARTILHE sua visão com sua liderança pastoral e ore para que ela não apenas entenda sua visão, mas também a apoie.
“Fazer missões é doar a sua vida para Deus ganhar o mundo”.
Em seu livro “Missões – A hora chegou”, o senhor escreveu o seguinte trecho: “Todos nós temos algo de Deus que nos foi dado para usar no Reino. Com certeza, você também tem um chamado de Deus.” Como o senhor define Missões, no seu caso, Missões Transculturais?
Fazer missões é “doar a sua vida para Deus ganhar o mundo”. Ou doar do que Deus tem te dado, para que Deus use sua doação para ganhar o mundo por meio de você.
São 43 anos trabalhando com Missões, várias pessoas aceitaram a Cristo através do senhor. Para finalizar, o senhor poderia fazer um balanço de como está a divulgação do Evangelho em Macau?
A propagação do Evangelho em Macau é feita de várias maneiras, centralizada sempre na operação poderosa do Espírito Santo. É fato que milhares, ao longo desses anos, tiveram a oportunidade de ouvir o Evangelho de forma simples e direta, como deve ser. Com alegria testemunhamos que centenas ouviram e responderam positivamente ao desafio de receber o Senhor Jesus Cristo como Salvador. É lindo ver o que Deus pode fazer com vidas simples como a nossa, mas dedicadas ao serviço do Senhor Deus.

Por Ezequias Gadelha
