A eleição para Primeiro Ministro (FM) da Escócia tem levantado um debate sobre o papel das crenças religiosas pessoais na liderança política.
Kate Forbes, atual Ministra das Finanças, cristã e membro declarada da Igreja Livre da Escócia, é vista como sucessora natural ao cargo de FM, renunciado em janeiro por Nicola Sturgeon. No entanto, a população e a mídia argumentam sobre a separação da fé e política.
Forbes não omite seu posicionamento pessoal relacionado a temas como aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, e a lei de autoidentificação de gênero, aprovada em dezembro pelo governo do qual ela faz parte, o Partido Nacional Escocês (SNP), mas destaca que seu objetivo como FM da Escócia não será alterar as leis estabelecidas apoiadas pela maioria da população.
Apesar de ter perdido apoio entre os líderes seniores do SNP, Kate Forbes segue na liderança das pesquisas entre os eleitores pró-independência.
Os Hustings, debates locais com membros do partido, começam na próxima quarta-feira (8) com a participação dos outros dois candidatos que aspiram a liderar o partido. Entre eles está Humza Yousaf, um muçulmano liberal, considerado o principal adversário de Forbes e mais apoiado entre a liderança sênior.
O YouGov entrevistou mais de 2 mil pessoas na Grã-Bretanha, em uma pesquisa para o Theos Think Tank, abordando valores cristãos e política. Para 50% dos eleitores, se opôr ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, seguindo os princípios Bíblicos, é um sólido obstáculo para o acesso a cargos de liderança política (51% na Inglaterra, 44% na Escócia).
Entre os jovens de 18 a 24 anos, apenas 24% defendem que alguém com uma visão conservadora do casamento deveria ser “autorizado a ocupar um cargo importante no governo”.
55% dos participantes responderam que ser contra o aborto desqualifica alguém para ocupar um cargo de alto escalão no governo.
No argumento “religião dos candidatos à liderança política na Grã-Bretanha”, os entrevistados acham “melhor” um muçulmano do que um cristão evangélico. 67% dos entrevistados dizem que os católicos romanos deveriam ter permissão para ocupar um cargo político de alto escalão, enquanto muçulmanos (64%) e judeus ortodoxos chegam perto (62%). O número daqueles que dizem que os cristãos evangélicos devem ter permissão para liderar na política cai para 53%, com 19% dizendo que não devem e 29% não sabem.
Com informações Evangelical Focus