Como previsto nesta coluna na quinta-feira (12 de março), apesar de todo temor gerado em torno do coronavírus e até mesmo das recomendações do próprio presidente da República para que o povo adiasse as manifestações de 15 de março (por precaução em relação a novas contaminações), sem falar dos decretos governamentais que viriam em seguida impedindo aglomerações públicas já neste final de semana, mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas em todas as regiões do país para manifestar seu apoio ao governo Bolsonaro e sua indignação contra a irresponsabilidade daqueles que tentam a todo custo sabotá-lo.
Infelizmente, não temos dados oficiais ou estimativas (ninguém forneceu), mas as imagens das manifestações (algumas reproduzidas depois pelo próprio presidente em suas redes sociais, posto que omitidas por grande parte da mídia) indicam que o número deve ter passado fácil de 1 milhão em todo o país. Vejam as imagens e tirem as suas próprias conclusões. Lembrando ainda que houve manifestações em mais de uma centena de cidades do país.
Qual a principal lição do que vimos neste final de semana? O fato de que a indignação do povo com esses sabotadores é enorme. Vale a pena repetir: apesar dos temores em relação ao coronavírus, dos apelos do presidente e dos decretos governamentais dos últimos dias, o povo saiu em peso às ruas. Ou seja: imagine o tamanho da indignação! Havia, inclusive, conforme fotos e vídeos disponibilizados nas redes sociais pelos manifestantes, muitos idosos de máscara hospitalar no rosto e álcool gel nas mãos participando das manifestações.
Não à toa, há duas semanas, gente que mediu o nível de engajamento nas redes sociais no Brasil durante o período que antecedia as manifestações dos últimos anos havia previsto que essa nova manifestação, pelo que apontavam os engajamentos dos últimos dias, seria a maior de todas, colocando a manifestação pelo impeachment de Dilma em 2015 no bolso. Pelo jeito, a estimativa estava corretíssima. Se não tivéssemos o coronavírus, a recomendação do presidente e os decretos governamentais, o número seria muito maior. Muita gente que iria às ruas decidiu ficar em casa por causa de tudo isso (Mais do que compreensível!).
Rodrigo Maia e David Alcolumbre, dois alvos diretos das manifestações, em vez de meditarem no significado delas, ficaram criticando Bolsonaro por ter ido até os manifestantes em Brasília por alguns minutos. Chamaram a atitude de Bolsonaro de irresponsável, de mal exemplo. Trata-se de uma reação mais do que esperada de ambos: tentar desviar o foco do que é o principal fato do dia e tentar diminuir – se é que é possível – o capital político que o governo ganhou a mais com as manifestações de ontem.
Quanto ao presidente ter ido até as pessoas, o que dizer? Ele apelou para que o povo adiasse a manifestação pelo risco de contaminação e, mesmo assim, o povo, contra a sua vontade, desprezando o coronavírus, saiu em peso às ruas em favor dele, Bolsonaro. Batizaram a manifestação até de “Bolsonaro Day”. Diante de tudo isso, ele deveria se esconder dentro do palácio? Se esconder do povo quando este se manifestava maciçamente em favor dele e de seu governo? Naturalmente, por uma questão de retribuição a tamanha manifestação de apoio, ele foi até eles. Não há nada de absurdo nisso. Digo mais: se o presidente de plantão fosse alguém querido pela mídia, a narrativa seria diferente. Seria: “Veja como o povo o ama... O presidente não poderia covardemente se esconder do povo diante de tal gesto corajoso de apoio”.
Bolsonaro não é perfeito, muito menos um "messias político". Pode-se naturalmente não gostar de uma ou outra medida dele ou de uma fala mais impulsiva, mas daí a não reconhecer o imenso apoio popular que ele tem - fruto de coisas positivas que seu governo tem conseguido fazer -, bem como as tentativas explícitas de sabotar seu governo, é fechar os olhos para a realidade; é viver na bolha ficcional criada e fomentada pela parte oposicionista radical da mídia. Não é preciso ser seguidor fanático de Bolsonaro para constatar isso (Aliás, não devemos ser seguidores fanáticos de ninguém!). Basta não brigar com a realidade.
Enfim, resta agora acompanhar os efeitos e os desdobramentos dessas manifestações na política nos próximos dias.
Oremos pelo Brasil.